Entra ano e
sai ano, e nesta época sempre se fala das metas de ano novo. Se pensarmos bem,
não há nada de muito especial na data que não permitiria alguém estipular
objetivos em qualquer outro início de mês. Contudo, a virada de ano acaba tendo
um valor emocional e psicológico que motiva as pessoas para tal. Assim, como
discípulos de Cristo, é importante nos perguntarmos se há sabedoria em aderir a
esse costume de nossa cultura.

Certamente não
há nada de errado, antiético, ou pecaminoso em determinar novos propósitos ou
reforçar algumas determinações que foram deixados para trás, e aproveitar o
símbolo de um novo início na virada de ano. Porém, é sábio pensar nos vários
conselhos que a Bíblia nos dá quando fazemos planos para nossas vidas.

Primeiro, se é
para aproveitar o marco de “virada” e “reinício”, ao fim de um ciclo de 365
dias, é bom avaliarmos o que ficou para trás. Faça uma análise pessoal, antes
de tudo, de seus erros e acertos recentes, se os objetivos do ano que ficou
para trás foram alcançados, e se não foram, tente entender o porquê, a fim de
não repetir expectativas irreais.

Segundo,
lembre que é o Senhor Deus quem determina o caminho da vida de seus filhos. Provérbios
16.1-3, assim diz:

“O coração do homem pode fazer planos, mas a
resposta certa dos lábios vem do Senhor. Todos os caminhos do homem são puros
aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito. Confia ao Senhor as tuas obras, e
os teus desígnios serão estabelecidos.”

Desse modo,
nunca será sábio colocar sobre si mesmos objetivos incondicionais, pois isso
seria querer igualar-se a Deus, pois só Ele tem o poder de cumprir tudo o que
decreta.  Se for para ter metas de ano
novo, o correto é pedir a Deus sua bênção sobre quaisquer projetos ou sonhos.
Lembremo-nos do conselho de Tiago 4.13-15:

Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou
amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e
teremos lucros.

Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como
neblina que aparece por instante e logo se dissipa.

Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também
faremos isto ou aquilo.

Terceiro, assim
como em datas de aniversário, o ano novo deve servir como um sério lembrete de
que estamos ficando mais velhos. Em Salmos 90.12
está escrito: “Ensina-nos
a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”. O que o
salmista está ensinando é que precisamos constantemente ponderar sobre a
realidade inevitável da morte. Salomão, por sua vez, conhecido por sua
sabedoria, nos deixou um conselho, no mínimo, intrigante: “Melhor é ir à
casa onde há luto do que ir a casa onde há banquete; porque naquela se vê o fim
de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração”.

A lição que se tira dessas passagens bíblicas é
que devemos dar atenção à fase de vida em que estamos vivendo. Quantos homens
de meia-idade vivem ainda como se fossem adolescentes, com suas fantasias
inalcançáveis e sem rumo, bem como mulheres perdem o tempo biológico de
constituir família porque estabelecem prioridades incompatíveis com suas
possibilidades? Cada idade tem suas próprias realidades e oportunidades, e é de
vital importância tê-las em mente ao buscar novos objetivos.

Por último,
respondendo à provocação do título deste texto, estipular metas de ano novo
pode ser sábio, desde que bem avaliadas, de acordo com a fase de vida, e
descansando na soberania de Deus.

A UNIGREJAS e
seu presidente desejam, assim, um feliz ano novo de muitas realizações para
cada um de nossos leitores de acordo com a vontade do Senhor. Nossa meta para
2023 é continuar servindo à Igreja no Brasil. Que Deus nos abençoe para assim
cumprirmos!

 São
Paulo,28 de dezembro de 2022. 

Bp.
Eduardo Bravo - Presidente da UNIGREJAS