A UNIGREJAS - União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos, vem a público, por meio de seu representante legal subscrevente, manifestar solidariedade ao jogador de vôlei Maurício Souza, afastado de seu time após críticas à agenda LGTBTQIA+.

Resumo

O jogador de Vôlei Maurício Souza, medalha de ouro nas Olímpiadas de 2016 e que já foi eleito o melhor de sua posição na Liga Mundial, está sofrendo campanha de cancelamento realizada nas redes sociais por torcida e patrocinadores após se expressar publicamente acerca da agenda LGGBTQIA+. Ele recentemente criticou o uso da linguagem neutra em novela da Rede Globo, o atual Super-Homem como bissexual, bem como a inclusão de um jogador transexual na equipe feminina de basquete dos EUA. O Minas comunicou nesta última quarta-feira, 27 de outubro, o desligamento do atleta.

Manifestação

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, a respeito da liberdade de expressão afirma:

Art. 19º -Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão. A Constituição da República Federativa do Brasil, por sua vez, estabelece em seu art. 5o, inc. IV:

Art. 5o

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Considera-se, ainda, a Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José de Costa Rica), que em seu artigo 13 dispõe:

Artigo 13: Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informações e ideias de toda natureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha.

Maurício Souza está agora sem time pelo simples fato de expressar sua opinião acerca das situações acima mencionadas. O atleta publicou, posteriormente, vídeo explicando que respeita a opção sexual das pessoas, mas que se preocupa com a formação das crianças, defendendo, assim, seu direito à liberdade de expressão: "Não pode ter dois pesos. Não posso ser [considerado] homofóbico porque eu penso diferente, porque tenho outra visão das coisas", afirmou. E acrescentou: "Tem de respeitar como eu respeito, a escolha de cada um. Só não mexe com crianças”.

Diante dos fatos, a UNIGREJAS lamenta que um dos melhores jogadores de vôlei do mundo está sem contrato para atuar pela simples expressão de sua opinião a respeito de questões LGBTQIA+. Entendemos que a cultura do cancelamento é prejudicial à sociedade. Enfatizamos, por fim, que a liberdade de expressão deve ser respeitada e protegida, vez que se trata de um direito humano e fundamental outorgado pela Constituição Federal, instrumento essencial para a manutenção do Estado Democrático de Direito.

São Paulo, 28 de outubro de 2021

Bp. Eduardo Bravo, Presidente da UNIGREJAS