AVC: A Ameaça Silenciosa, Segunda Causa de Morte Global
Orientações cruciais para prevenção, reconhecimento e tratamento

O AVC: Uma Ameaça Silenciosa e Global
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) emerge como a segunda principal causa de morte no mundo, representando cerca de 11% das mortes totais, de acordo com a Sociedade Brasileira de AVC. O cenário torna-se ainda mais alarmante ao considerarmos dados recentes da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que revelam um preocupante crescimento de 20,2% nos atendimentos a vítimas de AVC durante o primeiro semestre de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022. Esses números ressaltam a urgência de priorizar a prevenção e o tratamento do AVC como um desafio contínuo na saúde pública.
Popularmente conhecido como "derrame", o AVC se divide em duas categorias principais, conforme explica o Dr. Leandro Grama, coordenador da neurologia clínica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. O AVC Isquêmico, responsável por 80% dos casos, ocorre devido à falta de fluxo sanguíneo para o cérebro, frequentemente causada por coágulos ou bloqueios nas artérias cerebrais. Em contrapartida, o AVC Hemorrágico, abrangendo 20% dos casos, envolve o rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro, resultando em sangramento intracraniano.
Reconhecendo o AVC - Os Seis Pontos Cruciais
É imperativo que o público esteja ciente dos sintomas do AVC para uma reação rápida. Segundo o Dr. Leandro Gama, seis pontos comuns destacam-se para identificar tanto AVCs isquêmicos quanto hemorrágicos:
1. Fraqueza unilateral no rosto, membros superiores e/ou inferiores;
2. Perda de sensibilidade, apresentando dormência em um lado do corpo;
3. Alteração súbita na fala (afasia);
4. Perda repentina de equilíbrio;
5. Perda súbita de visão unilateral (amaurose);
6. Dor de cabeça repentina e intensa.
Ambos os tipos de AVC apresentam sintomas específicos. O AVC isquêmico pode incluir tontura, desequilíbrio, falta de coordenação motora, perda súbita de memória e dificuldade nas tarefas diárias. Enquanto isso, o AVC hemorrágico pode manifestar-se com náuseas, vômitos, confusão mental, perda de consciência, sonolência, alterações nos batimentos cardíacos, frequência respiratória e convulsões.
Diagnóstico, Prevenção e Tratamento
O diagnóstico inicia-se com a identificação dos sintomas, seguido por exames clínicos iniciais. A avaliação completa e precisa recomenda exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética. O neurologista destaca a importância da prevenção, abordando fatores de risco modificáveis, como controle do colesterol, cessação do tabagismo, controle do diabetes e adoção de um estilo de vida ativo. Monitorar a apneia do sono e a pressão arterial elevada também é essencial.
No tratamento, a prioridade máxima é o reconhecimento rápido, pois "o tempo é cérebro", afirma o Dr. Leandro Gama. A administração rápida de medicamentos trombolíticos para desobstruir as artérias em casos de AVC isquêmico pode ocorrer dentro de um período limitado de até quatro horas e meia.
A recuperação após um AVC exige uma abordagem personalizada, envolvendo uma equipe de profissionais de saúde. Fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas colaboram para atender às necessidades individuais do paciente. Recursos terapêuticos e tecnológicos, como equipamentos de fisioterapia avançados e técnicas específicas, desempenham papel crucial na restauração das funções afetadas.
AIT - Ataque Isquêmico Transitório
O Dr. Leandro destaca a importância de investigar o Ataque Isquêmico Transitório (AIT), conhecido como "início de derrame". Apesar de regredir temporariamente, é crucial realizar exames radiológicos, como ressonância magnética, pois pode indicar risco futuro de AVC isquêmico. A conscientização sobre o AVC e a busca por cuidados médicos imediatos são fundamentais na luta contra essa ameaça silenciosa à saúde cerebral.
*Com informações MSN
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