Quando esteve na Terra o Senhor Jesus deixou o seguinte alerta para seus seguidores: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do Meu nome.” Mateus 24:9

As palavras dEle se cumpriram logo após sua ressurreição e se concretizam até os dias de hoje.

É o que revelam os dados recentes da organização Portas Abertas, que monitora os índices de violência contra cristãos desde 1955. Segundo a instituição, o número de cristãos perseguidos no mundo teve um aumento de 30% em 2020. Mesmo com a pandemia, mais de 340 milhões de religiosos foram perseguidos, contra 260 milhões de casos reportados em 2019. O número de mortos subiu 60%, saltando de 2.983 em 2019 para 4.761 em 2020.

Segundo a organização, o aumento da opressão e violência aumentou em algumas áreas específicas, como o continente africano. Na China e na Índia, o uso de tecnologias de sistemas de vigilância para monitorar cristãos fez com que aumentasse o número de ameaças. Na Índia, o governo é nacionalista e hinduísta.

A China lidera no número de igrejas e espaços religiosos atacados, à frente da Nigéria. No país oriental, apenas algumas religiões têm permissão para se reunir e expressar livremente suas crenças. No país, cinco religiões são permitidas: o budismo chinês, taoísmo, islamismo, catolicismo e o protestantismo. Estrangeiros encontram mais opressão na hora de seguir suas crenças.

Apesar do aumento da violência na China, o país aparece em 17º lugar na lista dos que apresentam maiores índices de perseguição contra cristãos segundo a organização Portas Abertas. A Coreia do Norte lidera a lista, seguida pelo Afeganistão, Somália, Líbia e Paquistão, cuja religião oficial é o islamismo.

A cristã Sarita* enviou seu relato à ONG Portas Abertas direto do Nepal, onde lida com a perseguição. Apenas ela e uma das irmãs (foto acima) seguem a Jesus e se converteram após testemunhar a cura de uma cristã que sofria de uma doença mental. Ao conhecer o evangelho, Sarita e a irmã foram batizadas e passaram a ser perseguidas pela própria família. Elas foram ameaçadas e forçadas a seguir rituais hindus durante festivais.

Em algumas ocasiões, elas foram agredidas enquanto iam para a igreja e, muitas vezes, tiveram as Bíblias rasgadas. Por causa disso, elas começaram a viver separadamente em um quarto alugado. Mas o irmão das cristãs entrou no quarto, jogou fora todos os pertences e trancou o quarto, não permitindo que elas permanecessem lá. Então ele as arrastou à força e as levou para casa, as forçando a fazer as tarefas domésticas.

Mais tarde, elas foram obrigadas a sair da casa por causa de mais agressões e perseguições. Sarita e a irmã estão vivendo separadamente em outro lugar, longe da família. Apesar da severa perseguição, elas são firmes na fé. “Quando meu irmão me bateu, senti dor no corpo por algumas vezes, mas depois, não senti dor; em vez disso experimentei paz e alegria em meu coração. É porque Deus sempre esteve comigo e me confortou. Estou sempre pronta para suportar as dores que tenho por amor a Cristo”, testemunha Sarita. 

“Sou grata a Deus, que está sempre comigo e também quero mostrar minha gratidão aos parceiros que nos ajudaram nos tempos difíceis. Durante a pandemia, estávamos em tempos difíceis. Nossos próprios familiares nos abandonaram quando não tínhamos nenhuma fonte de renda. Eles não nos mostraram misericórdia. Mas Deus, que é sempre fiel, não nos envergonhou. Ele falou com o povo da organização e nos abençoou através deles. Assim, agradeço a Deus. Também sou grata às pessoas que estavam conosco e sempre oraram por nós”, finaliza a cristã.

*Nome alterado por segurança