Mãe: a força que toda família precisa
Figura central no lar, ela reúne todas as condições para fazer com que nele reinem a harmonia, a união e a paz. Muitas, porém, não sabem onde buscá-las. Entenda
É na família que recebemos os primeiros cuidados, aprendemos valores e convivemos com nossas primeiras referências. Embora o dicionário tenha alterado o significado de família pela inegável desvalorização e alterações das relações familiares ocorridas ao longo do tempo, ela segue sendo uma instituição sagrada, criada por Deus. De acordo com a Bíblia, a constituição básica de uma família é o homem, a mulher e os filhos.
No livro O Perfil da Mulher de Deus, o Bispo Edir Macedo salienta: “a família é a célula-mãe da sociedade. Todos os grandes problemas que afligem a humanidade têm origem nessa célula: a família. Quando ela vai mal, todos os seus membros também vão e, por onde forem, levarão consigo a contaminação de um lar fracassado”.
Nos moldes determinados por Deus, cada integrante desse núcleo desempenha um papel: o homem provê o sustento; a mulher auxilia o marido, educa os filhos e edifica o lar; e os filhos honram os pais. Mas essa “família tradicional” é rara. Em 2023, mais de 172 mil crianças foram registradas sem o nome do pai, conforme dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). O relatório sobre divórcios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que em 2022 foram registrados mais de 420 mil divórcios, sendo que 47% dos casais tinham filhos menores de idade e, na maioria dos casos, a tutela da criança ficou com a mulher. Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) estima que até 2022 o Brasil tinha mais de 11 milhões de mães solo.
Não é à toa que é a mãe que exerce uma influência maior sobre os filhos, explica a psicóloga Rosângela Casseano: “o papel da mãe na criação dos filhos e na família é multifacetado e essencial. Ela desempenha um papel de cuidadora, provedora de afeto, educadora e orientadora. Além disso, a mãe é responsável por promover o desenvolvimento emocional e social das crianças, fornecer suporte emocional, estabelecer limites e transmitir valores e normas familiares. Ela desempenha um papel fundamental na formação da identidade das crianças, na construção da autoestima, no desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, no estabelecimento de vínculos afetivos saudáveis e no apoio emocional ao longo da vida. A relação mãe-filho tem grande impacto no bem-estar emocional e no desenvolvimento global das crianças”.
A graça da maternidade
Em Provérbios 14.1 aprendemos que “toda mulher sábia edifica a sua casa”. “Cabe à mulher a responsabilidade da estrutura. (…) É ela quem cuida de tudo que se relaciona aos membros da família. Assim, os seus filhos ficam a observá-la atentamente. E dela há uma transferência de caráter para os filhos, muito mais do que do pai (…) ela tem a maior carga de responsabilidade na edificação de sua casa”, escreve o Bispo Macedo.
Ele também destaca que a força dela está no poder de persuasão da sua palavra: “uma prova disso é o fato de, quase sempre, a mulher conseguir levar o seu marido e toda a sua família para a Igreja, enquanto dificilmente o marido consegue fazer o mesmo”. A Bíblia traz dezenas de mães que desempenharam seu papel com maestria, afinal até o Senhor Jesus precisou de uma mãe em cada fase de Sua vida terrena. Maria foi escolhida dentre todas as mulheres porque, como lhe disse o anjo, “achaste graça diante de Deus” (Lucas 1.30), o que é corroborado em suas palavras enquanto gerava o Salvador (Lucas 1.46-55).
Maria era jovem, mas foi madura e se submeteu à Vontade Divina. Lendo a Bíblia com as Anotações de Fé do Bispo Edir Macedo aprendemos que “Maria enaltece a superioridade de Deus e não a si mesma. Ela reconhece que, por ter crido, foi salva, contemplada e protegida pelo Senhor”.
E, em outro comentário, ele complementa: “embora tenha sido favorecida por Deus, ela tinha consciência de que precisava dEle para a remissão das próprias iniquidades”. Até porque, antes de ser o alicerce da família, a mulher precisa usar a sabedoria que recebe de Deus para edificar o lar.
Várias tentativas
A assistente de recursos humanos Luiza de Souza, (foto abaixo) de 18 anos, foi uma criança muito desejada, mas, antes de completar 2 anos, sua mãe, Maura de Souza, pedagoga, de 40 anos, se divorciou. “Isso ocasionou em mim depressão infantil, ansiedade, complexo de inferioridade e transtorno opositor desafiador (TOD)”, conta. Na escola, ela batia nas crianças, desrespeitava as professoras, as xingava e se jogava no chão e, por isso, foi transferida de colégio oito vezes. Nesse ínterim, Maura começou outro relacionamento, se casou e teve a segunda filha. Luiza, por sua vez, só piorava: ela se tornou sonâmbula, tinha convulsões, via vultos, ouvia vozes e se automutilava.
“Eu já tinha tentado todas as metodologias que me apresentavam: psicóloga, remédios, casa de encostos e nada adiantava. Eu também ouvia vozes e via vultos e sempre tinha uma voz que me dizia: ‘mata suas filhas e se mata. Para que servem os diplomas que você tem? Não servem para nada, porque você não sabe educar sua filha’. Um dia, para fugir e parar de ouvir as vozes, liguei a TV e parei em um programa da Universal. Ao ouvir o pastor, fiquei mais calma e marquei o endereço para ir”, diz.
Na Universal, Maura começou a usar a água consagrada a Deus. “Eu fazia o chá e o suco dela com a água, mas, de repente, ela parou de beber. Comecei a limpar o quarto, mas ela não me deixava mais entrar lá. Então, passei a usar a água na máquina de lavar roupas e tudo só piorou. Um dia, cheguei em casa e encontrei uma carta de despedida da Luiza. Fui procurá-la e a encontrei tentando pular da sacada”, relata.
Ela fala de um propósito para entregar os filhos no Altar do qual participou: “eu orei: ‘meu Deus, eu já tentei de tudo por essa menina (…). Agora entendi que é só com o Senhor. Então, Te entrego minha filha. A Luiza é do Senhor’”. Em poucos dias, Luiza, que estava com 12 anos, passou a interagir com a família, mudou seu comportamento na escola, se interessou pela Força Jovem Universal (FJU), se batizou nas águas e recebeu o Espírito Santo.
Mas o que parecia ser o início de um mar de rosas trouxe outro desafio: Luiza sofreu um acidente. Maura conta que ao saber do ocorrido orou para que a Vontade de Deus fosse feita. Ao encontrar a filha no local do acidente, Maura a viu perguntar :“quem é você?” e “o que aconteceu?” Em seguida, ouviu ela afirmar: “Deus me salvou”.
Luiza recebeu alta no mesmo dia, mas o médico disse que ela perderia três anos da memória. Curiosamente, ela se esqueceria de todo o período que Maura tinha lutado com o auxílio da Fé. Mas o Espírito Santo não é uma mera experiência ou lembrança e, apesar da recomendação médica de que ela repousasse por 30 dias, em três dias ela teve a iniciativa de ir para a igreja. “Quando eu entreguei a Luiza a Deus no Altar, Deus honrou, cuidou dela e a salvou. Hoje, para a honra e glória dEle, ela é uma filha abençoada, usada por Deus e um exemplo para a irmã mais nova”, cita Maura.
“Toda a glória é dEle, mas sem a fé da minha mãe nada disso teria acontecido. Ela foi o alicerce e quem lutou pela filha perdida e pela família destruída. Foi paciente, forte e, acima de tudo, dependeu somente de Deus. Ela plantou por alguns anos e hoje podemos colher os frutos do sacrifício e da fé dela. Antes eu a odiava, hoje ela é minha amiga, meu exemplo de fé, de força e de perseverança”, comenta Luiza.
Apenas a fé
A dona de casa Ana Luiza dos Santos, (foto abaixo) de 37 anos, frequentava a Universal com o marido, Adinan dos Santos, empresário, de 42 anos, quando se tornou mãe. A pequena Alice dos Santos nasceu saudável, mas, aos 3 anos, começou a ficar retraída e a se queixar de dores. A família logo começou a fazer as correntes na Universal em busca da cura. Ana conta que, depois de três meses de idas e vindas ao hospital e de fazer uma série de exames de imagem, “apareceu um tumor e uma fratura patológica, que é quando a doença começa a quebrar os ossos, na coluna torácica. Isso foi um grande susto, porque achei que ela só tomaria um remedinho, mas saí da consulta com o diagnóstico de uma doença terrível”.
A medula de Alice estava comprimida e ela foi internada para realizar uma biópsia, mas, depois do procedimento, ela perdeu a coordenação motora. Ana diz o que fez enquanto esteve ao lado da filha no leito: “eu orei: ‘meu Deus, entrei nesse hospital achando que ela iria tomar um remédio e ir embora, mas ela ficou internada dez dias e cada médico diz que o estado dela é pior e, agora, nos mandam para casa e ela está correndo risco de morrer ou de perder os movimentos. Se o Senhor não agir agora, ninguém mais vai”. Ali, ela determinou a cura. Sua fé foi tão grande que imediatamente ela colocou a filha no chão e ordenou que ela andasse. Enquanto dava os primeiros passos, a dor que acometia a menina havia meses desapareceu.
Dias depois, Ana conheceu o diagnóstico: granuloma eosinofílico ou histiocitose de células de Langerhans – uma doença rara em crianças. A médica solicitou uma cintilografia, alegando que a doença se espalharia rapidamente, mas Ana enfatizou que isso não ocorreria. A médica, por sua vez, alegou que a mãe poderia procurar, então, outros médicos. “Eu a confrontei e falei que o papel da mãe é ter fé. Porque uma mãe de verdade não espera que o filho faça um exame e tenha uma doença pior. Ela espera sempre a cura, o milagre”, diz.
Ana estava certa, mas, respeitando a orientação médica, sua filha foi submetida à quimioterapia. Mesmo sem ter dores e efeitos colaterais, os exames de imagem continuavam apresentando alterações, mas não era mais por conta da patologia, explica Ana: “o neurocirurgião falou que, na verdade, ela não precisaria ter feito quimioterapia. O ossinho já tinha expulsado o cisto (não era um tumor) e ela já estava curada. O que aparecia no exame era uma cicatriz e não a doença em si”. Sem qualquer sequela e graças à Fé da mãe, Alice tem 6 anos e é uma menina saudável que diariamente aprende sobre Deus e a Fé.
Exemplo vivo
No livro Finas Joias, Ester Bezerra destaca que todas as mães enfrentam lutas: “é uma jornada árdua, que exige sacrifícios. Mas o maior sacrifício não é a abnegação, ou coisa parecida, mas o cuidado espiritual na criação dos filhos. (…). Por mais que procure lhes ensinar o caminho da vida, o seu comportamento sempre irá falar mais alto. (…) Muitas mulheres esquecem que é muito importante vivenciar o que a Bíblia ensina, para que os filhos as vejam como modelo no lar (…)”.
De fato, ser mãe é mais do que gerar uma criança em seu ventre ou em seu coração (como no caso de adoção). Ser mãe é amar, ensinar, ser exemplo e usar o seu poder de influência aliado ao poder de Deus para transformar a vida de seus filhos e de toda a sua família.
Sem a figura materna
“Quando não há ninguém exercendo o papel de mãe, seja por ausência física, seja emocional ou por outras circunstâncias, isso pode trazer diversos desafios no desenvolvimento do ser humano. A falta de uma figura materna pode afetar negativamente o desenvolvimento emocional, a capacidade de estabelecer relações afetivas saudáveis, a autoestima, a regulação emocional e a formação da identidade. Essa ausência pode gerar sentimentos de abandono, de insegurança e dificuldades no estabelecimento de vínculos afetivos saudáveis” Rosângela Casseano, psicóloga, terapeuta cognitivo-comportamental e CEO da PsicoPass
“É tempo de arrumar a casa”
Em tempos de intolerância, desamor e guerras, a família é como um oásis, um porto seguro. Fonte inesgotável de debates e apesar das constantes mudanças ocorridas através dos tempos, a família continua sendo uma instituição sagrada para os cristãos.
É bem verdade que os valores familiares andam esquecidos e desvalorizados, pois a função principal, que é criar vínculos importantes para o ser humano, não tem tido o valor que deveria.
A perda destes valores é o fator determinante para o que está ocorrendo na sociedade contemporânea, sendo a violência e a falta de amor as piores mazelas.
(…). É necessário lutar, tendo Deus como aliado. Tire um tempo para repensar a importância que você tem dado à sua família. Uma boa sugestão é reuni-la e conversar. Há quanto tempo isso não acontece? Prepare o seu coração e tome essa atitude, que, com certeza, poderá mudar a sua vida.
Trecho extraído do livro Finas Joias, de Ester Bezerra
O papel da mulher
“A mulher foi criada por Deus com uma grande capacidade de influenciar outras pessoas. Ela tem um papel singular na família, na igreja e na sociedade. Como esposas, mães, filhas ou amigas, elas podem inspirar as pessoas e o ambiente em que vivem. Assim, decida usar seus talentos, inteligência e força para levar aqueles que convivem com você a terem boa conduta e caráter íntegro” Bíblia Sagrada com as Anotações de Fé do Bispo Edir Macedo
Mãe espiritual
Assim como Deus assume a figura paterna daqueles que decidem crer e basear suas vidas nos princípios das Sagradas Escrituras, a Igreja assume a figura materna. Isso porque é na Igreja que encontramos acolhimento para superar as adversidades, aprendemos sobre Deus e a importância de viver conforme o que Ele estabeleceu para Seus Filhos, além de convivermos com os “irmãos” da Fé.
A Igreja física é fundamental para o desenvolvimento e a manutenção da Fé e, por isso, em Hebreus 10.24-25, somos exortados a estar sempre na Casa de Deus: “E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando nossa mútua congregação [Igreja]”.
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