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São Paulo,22/10/2024

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    Exposição sobre judeus etíopes na Câmara dos Deputados

    Marcos Pereira, deputado que está na presidência da Casa, discursou na abertura de exposição; judeus africanos são acolhidos por Israel desde 1984

    CONIB
    Exposição sobre judeus etíopes na Câmara dos Deputados Cedidas

    Em inauguração da exposição Beta Israel, em Brasília, o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (Republicanos-SP), abordou as ações migratórias no mundo e destacou a política de acolhimento de Israel aos judeus etíopes que fugiam da perseguição política e religiosa em seu país. “A saga dos judeus etíopes que migraram para Israel é o único episódio conhecido na história da humanidade em que negros, pobres e perseguidos partiram da África para uma melhor situação econômica e social e não para a escravidão”, disse o deputado, de acordo com a Agência Câmara, na inauguração, nesta terça-feira (19), da exposição Beta Israel, do jornalista Sionei Ricardo Leão, no Hall da Taquigrafia, no Corredor Tereza de Benguela, da Câmara.



    A iniciativa teve o apoio da CONIB, da Embaixada de Israel, da Associação Cultural Israelita de Brasília (ACIB), da B'nai B'rith Brasil, do IBI (Instituto Brasil-Israel) e do Grupo Parlamentar Brasil-Israel. Além de autoridades e líderes políticos, participaram do evento, entre outros, o embaixador de Israel, Daniel Zohar Zonshine, o deputado Gilberto Abramo e Iêda Leal, secretária de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial.


    A produtora da exposição, Patricia Nunes Naves, leu mensagem escrita pelo diretor da CONIB, Sergio Napchan, em que ele afirma:


    “Em nome da Confederação Israelita do Brasil, presidida pelo Dr. Claudio Lottenberg, faço a leitura do seguinte discurso escrito para essa ocasião especial:


    É uma honra para a CONIB fazer parte dessa iniciativa. Agradecemos aos parlamentares e políticos aqui presentes por terem aberto esse espaço tão nobre do nosso maior símbolo de nossa Democracia, o Congresso Nacional.


    Senhoras e senhores, e com satisfação que participamos da abertura da Exposição “Judeus Etíopes”.


    A história desse grupo étnico, também conhecido como Beta Israel, é uma dessas histórias repletas de superação, resiliência e determinação.


    Por algum tempo o termo utilizado para defini-los foi o de “Falasha”, mas foi abolido, porque traz uma conotação pejorativa, como “estranho” ou “exilado”, denominações que os judeus receberam muitas vezes ao longo da sua história, a despeito de sua vontade.


    Durante muito tempo, os judeus da Etiópia, enfrentaram diversas dificuldades para manter a sua identidade como judeus em uma região, onde o esperado seria uma assimilação natural. Não obstante, eles preservaram sua identidade religiosa e o compromisso de fazer parte da história do povo judeu.


    São descendentes do sábio rei Salomão e da famosa e rainha de Sabá, uma personagem icônica do período bíblico: guerreira, líder e poderosa. Acredita-se que esses judeus são descendentes da tribo de Dan, uma das 12 tribos. Eles seguiram o Nilo Azul (Egito) na direção do Iêmen, se estabelecendo na Etiópia.


    Desde o princípio do século XX autoridades estudam a questão do retorno dessas comunidades, que se espalharam e, em alguns casos, se integraram a outras comunidades da região.


    Finalmente no ano de 1984, ou seja, a 40 anos atrás, teve início um movimento para levá-los de volta a Israel, pois esse também era o anseio deles. A iniciativa representou um desafio para todos, tanto para os que viajaram como para a sociedade israelense, que iria acolher, absorver e respeitar as diferenças culturais.


    A realidade é que hoje existe uma comunidade de judeus etíopes em Israel formada por cerca de 150 mil pessoas dentro de uma população de quase 10 milhões de habitantes, dos quais aproximadamente 60 mil já nascidos em Israel e usufruindo de todos os deveres, obrigações e direitos garantidos a todos os cidadãos israelenses. É verdade que ainda existem muitos desafios a serem superados na sociedade israelense com relação aos etíopes, mas também é possível afirmar que, para um país que vive da imigração desde antes de sua fundação, isso é motivo de muito orgulho.


    O valor do acolhimento ao estrangeiro, ao imigrante, é algo que está fundamentado na narrativa bíblica, e a sociedade israelense faz isso ancorado em valores e princípios da tradição judaica.


    Um dos principais valores judaicos não é deixar o mundo mais judaico, mas sim mais humano. E a integração dos judeus etíopes é um bom exemplo disso.


    A Confederação Israelita do Brasil, congratula-se com todos os organizadores dessa iniciativa e agradece o apoio de todos que aturaram para tornar possível a realização dessa exposição fotográfica, que conta essa história de uma jornada inspiradora, de superação, tenacidade e obstinação por parte dos judeus etíopes em busca do reconhecimento e da legitimidade e, sobretudo, da dignidade que merecem.


    Essa história inspiradora, tem o seguinte significado:


    A firmeza de propósito, as boas intenções e os valores humanistas podem representar uma atitude positiva, verdadeira, genuína e transformadora.


    Shalom, que significa paz, e que possamos desfrutar também em nosso Brasil.


    Utilizamos a história do Beta Israel como mecanismo de aprendizagem para fazer da nossa sociedade brasileira também um lugar melhor e mais humano para todos, pois afinal só existe uma única raça: a HUMANA. Não, para os preconceitos, não, para a indiferença e sim para a políticas afirmativas que transformam a nossa sociedade”.





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