Pais lutam na justiça para definir sexo do filho
Veja o que especialistas dizem sobre o assunto
Quando um casal se separa, é
comum ouvir que ambos tiveram que dividir os bens, a guarda dos filhos e outras
responsabilidades, que antes eram feitas juntos. E só de existir essa ruptura,
muitas crianças ficam confusas e frustradas, por não saberem lidar com a nova
rotina. Agora, imagine a cabeça de uma criança ao descobrir que seus pais estão
brigando para definir a sua sexualidade?
É exatamente isso que está
acontecendo no Texas, Estados Unidos. De acordo com informações de sites de
notícias internacionais, Jeff Younger foi
acusado de abuso infantil por sua ex-esposa por não tratar o filho James como
uma menina.
Jeff disse que quando o filho
está com ele, se apresenta como um garoto, porém, quando está com a mãe, diz
ser uma garota.
O pai explicou que James gosta de
brincadeiras consideradas de meninos, como lutar com espadas e jogar videogame.
Já a mãe, Anne Georgulas, registrou a
criança no jardim de infância como uma menina com o nome "Luna".
Quando ele está com a mãe, ele se veste como uma menina e até usa o banheiro
feminino.
A mãe apresentou uma ordem de restrição
contra o pai, proibindo-o de pegar os dois filhos na escola. Além disso, por
ser pediatra, ela foi autorizada a administrar o tratamento psiquiátrico e
psicológico de James e Jude. Ela levou James para ver uma conselheira, que o
diagnosticou com disforia de gênero.
Mas o pai, afirma que o filho é
menino: "Quando levei James para ver sua conselheira que define como
menina, ele foi como menino. A conselheira colocou duas notas adesivas em cima
da mesa. Uma estava com James. Uma tinha o nome falso de menina. Então ela
pediu: 'qual nome você quer que seja chamado, pegue a nota'. Ele pegou James.
"
O pai argumentou que James não
atende aos critérios para apoiar um diagnóstico de disforia pediátrica de
gênero e não deve ser permitido que ele tome esse tipo de decisão que provoca
alterações para o resto da vida.
O que especialistas dizem sobre o
assunto
“Crianças pequenas não têm a capacidade de
fazer escolhas sobre identidade sexual”. A afirmação é do
professor universitário Allan Josephson, que é chefe da seção de
psiquiatria infantil e adolescente da Universidade de Louisville (EUA),
Em debate educacional aberto ao
público realizado em Washington (EUA), Josephson comparou a capacidade
intelectual e cognitiva da criança para entender e fazer escolhas em questões
de identidade sexual à capacidade delas em tirar a carteira de motorista:
“Crianças não podem decidir sobre
o assunto, assim como não têm a capacidade de dirigir um carro ou fazer a
escolha de ir para a cama no horário”. Para ele “é o trabalho dos pais ajudar
seus filhos a aprender essas coisas à medida que se desenvolvem”.
Mas como uma criança poderá fazer
isso, se os pais são os mais confusos sobre o assunto?
Talvez, tamanha confusão entre os
adultos se deva ao fato da propagação midiática da ideologia de gênero de forma
banalizada. Além disso, músicas, filmes e telenovelas têm como público-alvo os
adolescentes. Mas abordam o assunto sem a profundidade necessária, de maneira
vaga e maléfica.
“Questões delicadas, como a
discussão sobre gênero, veiculadas de maneira leviana prejudicam muito a
formação do adolescente e podem, por exemplo, gerar conflitos psicossociais e
de personalidade”, afirma a psicóloga Elaine Balbino, especialista em análise
de comportamento, em entrevista ao Portal Universal.org.
Já o professor de História e
Mestre em Filosofia pela USP, André Assi Barreto, acredita que esse tipo de
abordagem de questões de gênero é ofensivo para as crianças. Isso “porque
levanta uma discussão da qual elas não estão prontas para fazer parte. Isso
porque o repertório cognitivo delas ainda não é adequado para aprender a discutir
questões de gênero. Além disso, empurrar esse assunto goela abaixo pode
levá-las a um problema”, conclui.
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