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São Paulo, 05/05/2024

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    Importância da Imprensa

    Citarei três casos e depois comentarei

    Importância da Imprensa

     

    Importância daImprensa 


    Caso 1.

    A imprensa publica foto do juiz Marcelo Bretas em umaacademia, dizendo que de lá acompanhou diligências policiais. Óbvia insinuaçãode que o juiz não estava no local de trabalho. Só faltou dizer que não erahorário de expediente, foi entre 6 e 8 da manhã.

    Caso 2.

    A imprensa noticia que o Presidente nomeou um pastorpresbiteriano para a Comissão de Ética. Só faltou dizer que o nomeado, entreoutras qualificações, é Doutor pela USP, Mestre pela Mackenzie, instituiçãoonde já foi Reitor. Esqueceu de dizer que é advogado e membro do conselhodeliberativo da Santa Casa de Santos.

    Caso 3.

    Rubens Teixeira, mais de uma vez nomeado para relevantescargos públicos, foi anunciado unicamente como “pastor da Assembleia de Deus”.A mídia só não disse que ele é Doutor em Economia (UFF), Mestre em EngenhariaNuclear (IME) e bacharel em Engenharia Civil (IME), Direito (UFRJ) e CiênciasMilitares (AMAN). Esqueceu de anotar que, além de outras qualificações, éanalista do BACEN e escritor best seller com livros já traduzidos para inglês,espanhol e leto.

    Ora, é óbvio que ser pastor não desqualifica ninguém, mascausa estranheza que a imprensa seja tão obcecada com a religião a ponto deIGNORAR as qualificações relacionadas aos cargos.

    Curioso que falam tanto em estado laico, sem nem saber direitoo que isso é, mas são os primeiros a tacharem pessoas por seus credos e limitarqualquer notícia a esse predicado.

    Ao meu sentir, temos uma imprensa que não está cumprindo opapel de informar nem está sendo leal e “laica”. Isso me parece preconceitoreligioso e serviço mal feito. A falta de informação suficiente induz nosleitores o entendimento de que as indicações do Dr. Ribeiro e do Dr Teixeira sebasearam unicamente no fato de serem pastores evangélicos, sendo essa a única qualificaçãomencionada nas matérias. A indicação para uma função técnica e pública faz comque seja necessário pesquisar as aptidões acadêmicas e a experiênciaprofissional para o exercício do cargo. Sem esses cuidados básicos, a imprensadesinforma, e isto é o oposto de sua missão.

    Além disso, é violação dos direitos humanos discriminar alguémpor sua fé.

    Lamentável, portanto, que atividade tão preciosa quanto aliberdade de imprensa seja mal utilizada. Mais lamentável ainda é sabermos queo abuso das meias verdades, da manipulação, da afronta aos direitos humanos, ea deslealdade, vai minando a credibilidade da imprensa. E todos nós precisamosda imprensa, ao menos quando ela age como tal e não como veículo de informaçãoparcial e enviesada.

    O caso 1 trata da perseguição a magistrados e os dois outrosde perseguição religiosa. A quem interessa desconstruir e desconstituir amagistratura? Qual a autoridade moral de quem ignora a qualificação técnica dealguém nomeado para uma função técnica ?

    Fica aqui o alerta para quem lê e confia nas notícias mancas,e o alerta para quem as produz: pode demorar, mas o povo terminará por nãolevar mais a sério aquilo que é escrito sem a devida seriedade.

    Amo a liberdade de imprensa e reafirmo sua importância parauma democracia. Porém, é justo esperar que a própria imprensa zele por suacredibilidade, trazendo informação com lealdade."

     

    Juiz William Douglas





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