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São Paulo, 08/05/2024

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    Ser cristão no Brasil: reconhecimento que faltava ser expresso por autoridades brasileiras

    Desde a colonização, os cristãos, em algum momento, foram perseguidos e muitos até levados à morte

    Ser cristão no Brasil: reconhecimento que faltava ser expresso por autoridades brasileiras

    Nodomingo (03), o presidente Bolsonaro esteve no Templo de Salomão, onde recebeua unção do Bispo Macedo para que possa continuar a ser um presidente abençoadoe sábio.

    Muitas foram as manifestações contra e a favor, mas a ida dopresidente Bolsonaro ao maior Templo Evangélico no Brasil e aceitar ser ungidotem um significado histórico ímpar.
    Desde a sua colonização, os cristãos, em algum momento, foram perseguidos,muitos até levados à morte, como foi o caso do pastor calvinista Jacques deBalleur.

    Conta-nos a História, que na chamada invasão francesa (1555),Nicolas Durand de Villegaignon (1510-1571), fingindo-se de calvinista, alcançoua amizade do vice-almirante Gaspard de Coligny, um dos principais conselheirosdo reino, que nutria fortes simpatias pela Reforma, conseguindo, assim, o apoiodo rei Henrique II (1547-1559), para fundar aqui no Brasil a França Antártica,que serviria de refúgio aos protestantes perseguidos e escorraçados na Europa.

    Viagem autorizada, depois de reunir um bom número de homens,chegaram ao Rio em 10 de novembro de 1555. Villegaignon impôs trabalhosforçados aos colonos. Isso fez com que sua estadia no Brasil não fossetranquila.

    Segundo o historiador Auderi de Souza Matos, "Diante dasdificuldades surgidas, Villegaignon decidiu escrever à Igreja Reformada deGenebra, solicitando o envio de pastores e outras pessoas que ajudassem aelevar o nível religioso e moral da colônia e evangelizassem os indígenas. Porsua vez, Calvino e seus colegas escolheram alegremente para acompanhar o grupoos pastores Pierre Richier (50 anos) e Guillaume Chartier (30 anos).

    Depois outros huguenotes (calvinistas franceses) também vieramao Brasil.

    Após a expulsão dos franceses da Guanabara, Anchieta e Manuel daNóbrega teriam instigado o Governador-Geral Mem de Sá a prender em 1559 umrefugiado huguenote, o alfaiate Jacques Le Balleur, e a condená-lo à morte porprofessar "heresias protestantes".

    Em 1567, Jacques Le Balleur foi preso, e conduzido ao Rio deJaneiro para ser executado, mas o carrasco teria recusado a executá-lo. Diantedisso, Anchieta o teria estrangulado com suas próprias mãos. O episódio écontestado como apócrifo pelo maior biógrafo de Anchieta, o padre jesuíta HélioAbranches Viotti."

    Na realidade, por muito tempo Padre José de Anchieta foi apenasbeatificado por causa desse acontecimento, e poucos anos atrás o Vaticanoacabou o reconhecendo como santo, mas a História está aí para demonstrar aintolerância que existiu no Brasil.

    Ser cristão no Brasil incomoda. Tanto incomoda, que até emprocesso de separação judicial, tive a oportunidade de ler que a parte quequeria o divórcio alegava que uma das questões para a separação era a religião.

    Claro que tal alegação foi rechaçada pelo TJSP (Tribunal deJustiça de São Paulo), ao pincelar que a "religião evangélica" quetanto incomodava a parte, na realidade já fazia parte do relacionamento docasal antes mesmo de se casarem.

    Mas nesse final de semana, o presidente Bolsonaro fez a suaparte como um ótimo estadista. E elegantemente, ao ir até o Templo de Salomãoassistir o culto e aceitar receber a unção, demonstrou ao Brasil e ao mundo queé possível ser o presidente de todos os povos, raças, línguas e religiões. Sempré-julgamentos, sem preconceito, mas respeitando a diversidade e a particularidadede cada cidadão brasileiro.

    Que esse gesto de humildade, mansidão e, acima de tudo, temor aDeus, possa fazer do presidente Bolsonaro o maior Estadista do Brasil, e queseus atos possam se perpetuar por muitas gerações.


    *** Patrícia Regina Alonso é mãe, advogada há 20 anos, teóloga, musicista formadapelo Conservatório Musical Ernesto Nazareth. Foi capelã do Hospital dasClínicas de São Paulo. É membro da ADVEC. Escritora do Livro “AlienaçãoParental o Lado obscuro da Justiça Brasileira” e colaborou no livro “Ainvisibilidade de crianças e mulheres vítimas da perversidade da Lei daAlienação Parental”.

     





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