• São Paulo, 09/05/2025
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    Câmara avança com projeto que proíbe uso de celulares em sala de aula

    Relatado pelo deputado Diego Garcia, texto segue para análise da CCJ

    Agência Republicana de Comunicação, com informações da Agência Câmara de Notícias
    Câmara avança com projeto que proíbe uso de celulares em sala de aula Douglas Gomes

    Brasília (DF) – A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (30) o Projeto de Lei 104/2015, que restringe o uso de celulares e dispositivos eletrônicos portáteis nas salas de aula em instituições de ensino do Brasil. Em votação simbólica, o projeto recebeu parecer favorável do relator, deputado federal Diego Garcia (Republicanos-PR), e agora, será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça antes de ser votado no plenário da casa.


    Além da proibição, a matéria também restringe o uso do aparelho celular por estudantes da educação infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental, como proteção do menor de até 10 anos de idade como vítima de possíveis abusos. “Preocupam-nos estudos recentes sobre acesso a conteúdo impróprio como pornografia, drogas, violência, linguagem imprópria e apostas eletrônicas”, declarou Garcia.

    Restrições para melhorar a concentração e a socialização

    O texto propõe a proibição do uso de celulares dentro da sala de aula para todos os estudantes, permitindo o uso apenas em atividades pedagógicas com autorização prévia dos professores. Para crianças na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental, a medida é ainda mais restritiva, proibindo o uso desses dispositivos inclusive em intervalos e outras áreas da escola.

    Segundo o relator, a iniciativa reflete preocupações com o uso excessivo de telas na infância, considerando que a limitação de dispositivos eletrônicos favorece atividades de socialização e o desenvolvimento físico e mental. Garcia explica em seu relatório que a proposta busca priorizar a socialização e o engajamento dos alunos em atividades físicas e interativas, fatores importantes para o desenvolvimento cognitivo e emocional durante os primeiros anos de formação. “Parece-nos que o uso e porte de aparelhos eletrônicos na escola para a faixa etária da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental podem ser adiados em benefício da constituição de hábitos de atividades físicas e de ferramentas de socialização que ajudarão esses alunos nos anos seguintes da pré-adolescência”, disse o relator.

    Exceções e inclusão para alunos com necessidades especiais

    O projeto prevê exceções para alunos com deficiência ou necessidades especiais, permitindo o uso de aparelhos que auxiliem no processo educacional, como dispositivos de acessibilidade, para garantir a inclusão de todos os estudantes nas atividades pedagógicas. O uso poderá ser dentro e fora da sala de aula.

    Segundo o relator, “trata-se de permitir o uso dos recursos de acessibilidade cada vez mais frequentes na forma de aplicativos e de novos aparelhos para promover a inclusão e derrubar as diferentes barreiras que esses alunos enfrentam. Incluímos também os casos de condições de saúde, como a medição de glicemia por diabéticos. Esses usos são exceção à proibição”.

    As escolas também ficarão responsáveis:

    elaborar estratégias para tratar do tema do sofrimento psíquico e da saúde mental dos alunos da educação básica;

    oferecer treinamentos periódicos para a detecção, prevenção e abordagem de sinais sugestivos de sofrimento psíquico e mental, e efeitos danosos do uso imoderado das telas e dispositivos eletrônicos portáteis pessoais, incluindo aparelhos celulares; e

    disponibilizar espaços de escuta e acolhimento para receberem alunos ou funcionários que estejam em sofrimento psíquico e mental principalmente decorrentes do uso imoderado de telas e nomofobia.

    Política federal e debates regionais

    Não é de hoje que o tema proibição do uso de celulares em sala de aula virou tema de discussões. Em setembro deste ano, o Ministério da Educação anunciou a construção de um projeto próprio sobre o tema, com o objetivo de fornecer segurança jurídica a estados e municípios que já vêm adotando a medida. Cidades como o Rio de Janeiro, por exemplo, aplicaram em fevereiro uma regulamentação na rede pública municipal, proibindo o uso de dispositivos eletrônicos tanto nas salas de aula quanto nos intervalos.

    O debate também acontece em nível estadual, como na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde propostas para limitar o uso de aparelhos eletrônicos nas escolas estão em análise. Em algumas escolas municipais, o uso já é restrito, inclusive para professores.

    Movimento global de restrição ao uso de celulares nas escolas

    A proibição é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Unesco, que apontam os riscos do uso precoce e prolongado de telas para o desenvolvimento cognitivo. Em países como Bélgica, Espanha e Reino Unido, o uso de celulares em sala de aula já foi proibido ou altamente restrito, com base em estudos que mostram o impacto negativo do uso excessivo de tecnologias no desempenho acadêmico e no comportamento social de crianças e adolescentes.





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