Qual a diferença entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia? E Jerusalém Oriental?
No ano de 2005, o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, decidiu retirar os colonos e as forças armadas de Israel da Faixa de Gaza de forma unilateral - sem um acordo com a AP

8. Qual a diferença entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia? E Jerusalém Oriental?
No ano de 2005, o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, decidiu retirar os colonos e as forças armadas de Israel da Faixa de Gaza de forma unilateral - sem um acordo com a AP. Cerca de ⅓ dos israelenses discordaram da medida, mas o apoio popular se refletiu no parlamento e a Desconexão de Gaza foi aprovada. Desde então, não há mais colonos israelenses no local e as FDI não estão na região. Hoje, Gaza tem uma população de 2,2 milhões de pessoas, e o território já não é mais ocupado por forças militares de Israel.
O Plano de Desconexão de Gaza incluía, também, a evacuação de quatro pequenos assentamentos no norte da Cisjordânia, mas não o desmantelamento dos grandes blocos. A Cisjordânia até hoje conta com inúmeros assentamentos judaicos, dos quais quatro têm status de municípios.
A maioria dos colonos são judeus ortodoxos modernos, que acreditam que a colonização de toda a Terra de Israel histórica apressará o processo de redenção e a chegada do Messias. No entanto, há muitos colonos seculares e uma boa quantidade de ultra-ortodoxos não sionistas, e isso tem um motivo de ordem prática: viver em um assentamento do outro lado da linha verde é muito mais barato do que no território soberano de Israel.
Israel jamais declarou soberania sobre a Faixa de Gaza ou a Cisjordânia. Isso se deve pelo fato de que, caso o país anexe estes territórios, deve dar, segundo a lei internacional, cidadania a todos os seus habitantes. Não há o interesse por parte de Israel de incorporar uma população de 3,2 milhões de palestinos na Cisjordânia, e o status de território ocupado segue vigente há 56 anos.
Hoje, na Cisjordânia, há diversos check points internos e externos, que controlam a passagem dos palestinos. Jerusalém oriental é um fenômeno mais complexo. Desde 1967, Israel reunificou Jerusalém, que estava dividida entre o Estado judeu e a Jordânia. Israel, ao conquistar a metade oriental, declarou soberania sob a cidade. Os palestinos de Jerusalém oriental, entretanto, recusaram-se a receber a cidadania israelense, pois se negavam a reconhecer que Jerusalém oriental era parte do Estado de Israel. Eles, desde então, receberam um status de residência permanente, que lhes permite transitar livremente na cidade e na Cisjordânia, votar nas eleições para prefeito, mas não nas eleições para primeiro-ministro. Em teoria, esta população tem acesso a todos os serviços municipais tal qual em Jerusalém ocidental, mas na prática, nem o Estado faz muito esforço para alcançá-los, e nem eles aceitam se submeter à normalização.
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