• São Paulo, 17/07/2025
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    Estudantes evangélicos da Udesc enfrentam proibição de encontros religiosos

    A justificativa da diretora foi que encontros religiosos ferem a laicidade do Estado


    Estudantes evangélicos da Udesc enfrentam proibição de encontros religiosos Freepik

    Desde 2016, estudantes evangélicos da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) se reúnem no Centro de Artes, Design e Moda (Ceart) para orações e estudos bíblicos, como parte do movimento Cru, uma rede internacional que promove a integração e projetos missionários no ambiente universitário. No entanto, em dezembro de 2024, a diretora-geral do Ceart proibiu as reuniões, alegando violação da laicidade do Estado.

    Ao site Gazeta do Povo, Beca Borre, estudante de Moda e líder do grupo, afirmou que a proibição foi comunicada de forma unilateral e sem aviso prévio. A diretora ameaçou os estudantes com medidas disciplinares, incluindo a interrupção das reuniões por seguranças e possível denúncia ao Ministério Público. O advogado Matheus Carvalho, da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), considera a medida discriminatória, pois outros grupos religiosos, como os ligados à Umbanda, são permitidos no campus.

    A justificativa da diretora foi que encontros religiosos ferem a laicidade do Estado, mas Beca questiona a decisão, lembrando que a universidade promove eventos religiosos de outras crenças. "O espaço da universidade deve ser neutro, permitindo que diferentes grupos se reúnam sem discriminação", defende ela.

    Casos similares em outras universidades

    O caso da Udesc segue uma tendência crescente de restrição à liberdade religiosa em universidades públicas no Brasil. Em 2024, a Universidade de São Paulo (USP) proibiu um curso sobre "Parto e Espiritualidade Cristã", alegando violação da laicidade. Recentemente, em Pernambuco, o Ministério Público garantiu que estudantes evangélicos poderiam continuar suas reuniões de estudo bíblico nas escolas, reforçando o direito constitucional à liberdade religiosa.

    Em 2023, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) também impediu encontros de oração de grupos evangélicos, gerando críticas de organizações religiosas e jurídicas. A Anajure tem apoiado estudantes em diversos casos, alegando que essas ações violam a Constituição, que garante a liberdade de expressão e religião.

    A luta pela Liberdade Religiosa

    Matheus Carvalho, da Anajure, defende que os estudantes têm o direito de se reunir para práticas religiosas, como garantido pela Constituição. Ele destaca que a Udesc, ao permitir eventos de outras religiões, deve garantir a mesma liberdade para os grupos evangélicos.

    A Anajure protocolou uma notificação extrajudicial contra a proibição na Udesc, e o reitor da universidade, José Fernando Fragalli, se comprometeu a apurar o caso. Até o momento, a diretora do Ceart não se manifestou oficialmente.

    Este caso é emblemático de uma disputa maior sobre a laicidade do Estado e a liberdade religiosa nas universidades. Grupos religiosos buscam garantir seus direitos de expressão e reunião, sem discriminação, em instituições de ensino público.





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