Obediência e Gratidão
Mãos dadas

" O que a obediência tem haver com a gratidão ?"
É uma motivação errada quando se trata do nosso relacionamento com o nosso Amado Deus. A gratidão muitas vezes se expressa em um saldo devedor. Por exemplo: “Veja o quanto Deus tem feito por você. Você não deveria, por gratidão, fazer muito por ele?”, ou “Você fica em débito com Deus em tudo o que Ele é e tem? O que você tem feito por Ele em troca?”.
A gratidão humana não é a mesma que a fé agradecida. Tipos de motivação errada em relação a nossa comunhão com Deus. É impossível retribuir a Deus toda a graça que Ele nos tem dado. Nós nem sequer podemos começar a retribuir, porque Romanos 11.35-36 diz: “quem primeiro deu a Ele [Deus] para que lhe venha a ser restituído? [Resposta: Ninguém!] Porque Dele, e por meio Dele, e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente”.
Não podemos retribuir-lhe porque Ele já possui tudo o que temos para lhe dar.
Em segundo lugar, mesmo se conseguíssemos retribuir a Ele toda a sua graça para conosco, conseguiríamos apenas transformar a graça em uma transação comercial. Se pudéssemos pagá-lo de volta, isso não seria graça. Se alguém que te ama e tenta demonstrar um favor especial de amor a você ao convidá-lo para jantar, e você termina a noite dizendo, retribuirei convidando-o para sair na próxima semana, você anula a graça do seu amigo e a transforma em um comércio. Deus não se agrada em ter sua graça anulada, ela é glorificada em nós e não por nós.
Em terceiro lugar, concentrar-se na gratidão como motivo para a obediência tende a ignorar a importância crucial de ter fé na futura graça de Deus. A gratidão olha para a graça recebida no passado e se sente grata. A fé olha adiante para a graça prometida no futuro e sente-se esperançosa. “A fé é a certeza de coisas que se esperam”.
Essa fé na graça futura é o motivo para a obediência que preserva a qualidade graciosa da obediência humana. A obediência não consiste em retribuir a Deus,transformando, assim, a graça em uma negociação. A obediência vem de confiar em Deus por mais graça — a graça futura — magnificando, assim, as provisões infinitas do amor e do poder de Deus. A fé olha para a promessa: eu estarei “contigo por onde quer que andares” (veja Josué 1.9), e encoraja-se, em obediência, a se apossar da terra.
Rev. Domingos Lima
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