Uma nova análise conduzida com ajuda da inteligência artificial revelou que alguns dos Manuscritos do Mar Morto podem ser ainda mais antigos do que se pensava. A descoberta oferece não apenas avanços acadêmicos, mas também argumentos que reforçam a confiabilidade histórica da Bíblia Sagrada.

A pesquisa, liderada pelo Dr. Mladen Popović, da Universidade de Groningen, utilizou um modelo de IA chamado Enoque — nomeado em homenagem à figura bíblica conhecida por sua sabedoria e comunhão com Deus (Gênesis 5:24). A tecnologia foi treinada com 24 amostras de pergaminhos com datas conhecidas, combinando datação por radiocarbono com análise de estilos de caligrafia.

Por meio do estudo de letras e traços usados por escribas da época, o programa foi capaz de estimar com precisão a idade de 135 manuscritos encontrados na região de Israel e da Cisjordânia. Os resultados foram surpreendentes: cerca de 79% das estimativas da IA coincidiram com avaliações feitas por especialistas humanos — e, em muitos casos, indicaram datas mais antigas do que as sugeridas pelos métodos tradicionais de paleografia.

Essa constatação tem implicações importantes. Ao demonstrar que esses textos bíblicos circulavam muito antes do que se imaginava, a pesquisa sustenta a ideia de que as Escrituras têm uma base histórica sólida, com raízes profundas em períodos anteriores da história judaica. Em outras palavras, o conteúdo das Escrituras Sagradas — preservado por séculos — está ainda mais próximo das suas fontes originais.

A precisão na datação também permite traçar com maior clareza a evolução do pensamento religioso e a fidelidade na transmissão dos textos ao longo do tempo. Isso contribui para o entendimento de como Deus guiou o processo de preservação das Escrituras, conforme Ele prometeu: “Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra do nosso Deus permanece eternamente” (Isaías 40:8).

Segundo os pesquisadores, o método inaugurado com Enoque poderá transformar o campo da arqueologia bíblica, oferecendo uma ferramenta objetiva para confirmar cronologias e, potencialmente, novas evidências que sustentam os relatos bíblicos.