Usar monitor contínuo de glicose sem ter diabetes é indicado? Entenda melhor
Com o incentivo ao uso desses gadgets pelo público em geral nos Estados Unidos, repórter da CNN usa monitor contínuo de glicose por 6 semanas e relata a experiência, além de levantar questões sobre seu uso adequado
Em setembro, fiquei parada em frente à geladeira, faminta, mas sem saber o que comer. Preocupava-me que qualquer escolha pudesse elevar meus níveis de glicose, registrados por um novo aplicativo no meu celular. Recentemente, coloquei um monitor contínuo de glicose (MCG) no braço, não por ter diabetes, mas para entender melhor como esses dispositivos funcionam, já que estão se tornando populares como ferramentas de bem-estar.
Depois de alguns dias com o MCG, percebi que o queijo não afetava meus níveis de glicose, ao contrário de outras opções como maçãs e barras de cereal. Meu marido até brincou sobre eu estar seguindo uma dieta cetogênica sem querer. Inicialmente, foi difícil decidir o que comer, e na primeira semana, percebi uma queda de peso, provavelmente por estar nervosa.
Os MCGs são essenciais para diabéticos tipo 1, que precisam monitorar seus níveis de glicose para evitar complicações. Este ano, empresas como Dexcom e Abbott lançaram dispositivos para quem não usa insulina, disponíveis sem receita e a preços acessíveis. A ideia é que esses dispositivos ajudem as pessoas a entender como alimentação, exercício e estresse afetam seus níveis de glicose.
Ao usar o MCG, observei meus níveis de glicose em tempo real e percebi que uma salada saudável gerou um pico devido ao molho de amendoim, enquanto vinho e pizza não causaram elevação. Apesar de os valores estarem normais, questionei se poderia aprender a me sentir mais saudável.
A comunidade científica está dividida sobre o uso de MCGs por pessoas sem diabetes. Alguns especialistas, como o Dr. Robert Lustig, defendem que manter a glicose baixa é crucial, enquanto outros acreditam que os picos não são problemáticos. Para muitos, os MCGs oferecem insights valiosos sobre como diferentes alimentos afetam a glicose.
Após quatro semanas, decidi fazer uma pausa e formular um plano melhor. Percebi que, ao usar o MCG, minha alimentação estava artificialmente ajustada. Para a próxima fase, pretendo registrar minha alimentação manualmente antes de fazer mudanças.
O MCG me incentivou a evitar lanches impulsivos, o que pode ajudar a melhorar meu comportamento alimentar. A pesquisa sobre o uso de MCGs para prever o desenvolvimento de diabetes está apenas começando, mas já mostra potencial para ajudar a gerenciar a saúde.
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