Recentemente, o Brasil se destacou entre as 20 maiores economias do mundo ao registrar a segunda maior alta no risco-país durante este ano, ficando atrás apenas da Argentina.

Mas afinal, o que é esse tal de risco-país? 

Esse indicador é crucial para avaliar o risco de um país não honrar seus compromissos financeiros ao contrair empréstimos. Quanto maior o risco-país, pior é o desempenho percebido dessa nação pelos bancos e investidores estrangeiros.

Em termos práticos, isso significa que a confiança internacional no Brasil para empréstimos tem diminuído, contribuindo para a sua reputação de "mau pagador".

Diversos fatores influenciaram esse cenário, incluindo as constantes revisões das projeções de gastos e arrecadação do governo. Mudanças frequentes nessas metas, como o adiamento da expectativa de alcançar superávit fiscal até 2026, alimentam incertezas no mercado financeiro. Investidores questionam a estabilidade dessas projeções e temem que metas possam ser revisadas para pior novamente.

Além disso, outros indicadores econômicos também refletem desafios: a Bolsa de Valores brasileira apresentou a pior performance entre as economias globais recentemente, o dólar vem mostrando uma tendência de valorização frente ao real, e as previsões de inflação têm sido revisadas para cima há sete semanas consecutivas.

Apesar desses desafios econômicos, nem tudo são más notícias. O investimento direto no país, excluindo investimentos na Bolsa de Valores, registrou um aumento positivo nos primeiros cinco meses deste ano. O acumulado alcançou US$ 30,2 bilhões, o que representa um crescimento de 6% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Esses dados refletem um panorama complexo e desafiador para a economia brasileira, com sinais mistos de investimento estrangeiro e dificuldades internas que continuam a impactar a percepção global sobre o país.