Haiti à beira do caos: Violência e instabilidade ameaçam o país
A situação agravou-se após a invasão de duas prisões por gangues armadas, resultando na libertação de quase 4 mil presos no início de março
Nas últimas semanas, o Haiti tem enfrentado uma crise sem precedentes, com uma onda de agitação civil e violência desenfreada. A situação agravou-se após a invasão de duas prisões por gangues armadas, resultando na libertação de quase 4 mil presos no início de março.
A violência atingiu um novo patamar na última sexta-feira (8), quando gangues coordenaram ataques a edifícios governamentais no centro da capital, Porto Príncipe. Estima-se que os criminosos controlem atualmente cerca de 80% da capital, levando o governo a decretar estado de emergência na cidade.
O Arcebispo Max Leroy Mésidor, de Porto Príncipe, e presidente da Conferência Episcopal Haitiana, alertou para o iminente risco de guerra civil. "As gangues agem como um exército organizado, e a polícia não consegue acompanhá-las", relatou.
O trabalho pastoral também foi severamente afetado pela violência. Estradas bloqueadas e o constante perigo de sequestros dificultam a realização das atividades religiosas. "Há sequestros por toda parte. Todos estão com medo, inclusive os religiosos. As gangues chegam até às igrejas para sequestrar as pessoas de lá", revelou o Arcebispo.
Líderes cristãos e missionários estrangeiros têm sido alvos frequentes dos sequestros, em um comércio lucrativo para as gangues. Em meio ao caos e à violência, a perseverança e a fé continuam a ser os pilares que sustentam a comunidade cristã haitiana.
Apesar do sofrimento e das dificuldades, o Arcebispo Max ressaltou a importância da unidade da igreja em meio ao caos. "Devemos carregar a nossa cruz e seguir a Cristo. Perseveramos e contamos com as orações e a solidariedade do povo. O mais importante é que a Igreja continue a unir as pessoas apesar de todas as dificuldades", afirmou.
Enquanto o Haiti luta para encontrar estabilidade e segurança, a comunidade internacional acompanha de perto os desdobramentos dessa crise, na esperança de que a paz e a justiça possam ser restauradas em breve.
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