Na relação familiar, a criança deveria ser “território sagrado”
Infelizmente, é cada vez mais comum, após o término de um relacionamento conjugal, ver os filhos sendo jogados de um lado para o outro
Nos Estados Unidos, cerca de
80% dos filhos de pais divorciados já sofreram algum tipo de alienação parental
(interferência psicológica provocada na criança ou adolescente por um dos seus
genitores contra outro membro da família que também esteja responsável pela sua
guarda e vigilância).
Estima-se que mais de 20 milhões de crianças no mundo sofram este tipo de
violência.
Já por aqui, o número de
processos por alienação parental cresceu 5,5% de 2016 para 2017, saltando de
2.241 para 2.365, segundo dados do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Infelizmente, é
cada vez mais comum, após o término de um relacionamento conjugal, ver os
filhos sendo jogados de um lado para o outro, sem que os genitores tenham a
mínima responsabilidade.
Muitos se acusam entre si e quase sempre se esquecem
que, no meio, há crianças e adolescentes em pleno desenvolvimento.
Muitas dessas crianças têm sido inseridas (sem pedir) nesses
conflitos e sofrido consequências desastrosas.
Para
a advogada Patrícia Alonso, nessa
discussão toda, é importante que as pessoas se conscientizem que o único
território efetivamente sagrado são os filhos, enquanto crianças. Não se pode
esquecer disso.
Ela destaca o assunto e ressalta
a importância de os direitos dessas crianças serem respeitados e cumpridos, mas
que isso não tem acontecido, porque muitos desses genitores, sequer, são
maduros para executar o papel com a responsabilidade que se pede.
“Em
um país campeão de maus tratos e abusos sexuais infantis e alto índice de
violência doméstica, o que se conclui é que muitos pais e mães não se encontram
ainda amadurecidos para o exercício pleno da parentalidade”, ressalta.
Ainda segundo a
advogada, programas de ressocialização e terapias familiares parecem água com
açúcar, quando temos um câncer que precisa primeiro ser extirpado. E se algo
efetivo não for feito, com o objetivo de mudar esse quadro, teremos futuras
gerações sofrendo física, emocional, intelectual, espiritual e moralmente.
“É preciso reformular
diretrizes efetivas para que a vida seja preservada e as futuras gerações
encontrem, em todos nós, um ambiente apropriado para que cresçam e sejam
cidadãos plenos à sociedade e família”, finaliza a profissional.
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