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São Paulo, 19/04/2024

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    Uso precoce de tablets e celulares aumenta risco de olho seco em crianças

    Estudo de 2021 associou o uso de dispositivos eletrônicos ao aumento de casos de olho seco em crianças e adolescentes

    Fonte: Freepik
    Uso precoce de tablets e celulares aumenta risco de olho seco em crianças

    O olho seco, também chamado de síndrome do olho seco ou
    ceratoconjuntivite seca, é uma doença que afeta a superfície ocular e pode
    causar sintomas bastante desconfortáveis. A maioria dos casos afeta adultos,
    mas atualmente é cada vez maior o número de crianças e adolescentes com sintomas
    sugestivos de olho seco. 

    Os especialistas acreditam que a prevalência do olho seco em
    crianças é subestimada, porque a condição é frequentemente atribuída a outras
    causas de irritação ocular, incluindo alergias, algo muito comum no público
    infantojuvenil.  

    Porém, um estudo recente, realizado em 2021, associou o uso
    prolongado e excessivo de tablets e celulares ao aumento da prevalência do olho
    seco em crianças e adolescentes. Segundo os pesquisadores, quando as crianças
    ficam com os olhos abertos para manter o foco na tela ocorre uma redução na
    taxa de intermitência (piscadas) em até 5 a 6 vezes/minuto. 

    Redução da frequência de piscar é o principal fator de
    risco

    Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista
    em estrabismo, durante o uso de dispositivos eletrônicos piscamos menos e isso
    causa problemas no filme lacrimal (lágrima), responsável pela nutrição e saúde
    da superfície ocular. “O ato de piscar, ou seja, abrir e fechar as pálpebras, é
    essencial para que o filme lacrimal se distribua uniformemente pela superfície
    ocular”. 

    “Essa distribuição é essencial para assegurar que a
    superfície ocular, que inclui a córnea, esteja lubrificada, hidratada, limpa e
    protegida. Quando piscamos menos, o risco de desenvolver o olho seco aumenta. As
    crianças podem apresentar sintomas como sensibilidade à luz, secura ocular,
    vermelhidão, desconforto visual, coceira e dor de cabeça”, aponta Dra. Marcela. 

    Nas crianças, há outras causas do olho seco como a artrite
    reumatoide juvenil, diabetes juvenil e síndrome de Sjögren. O tempo mais seco,
    alergias e infecções também podem causar sintomas como a secura ocular, mas a
    diferença é que nesses casos é uma manifestação temporária.

     Diagnóstico do olho seco em crianças 

    Atualmente, é possível realizar um exame para avaliar a
    superfície ocular e determinar se há alterações sugestivas do olho seco, tanto
    em crianças como em adultos. O exame se chama Tearcheck. O teste é realizado em
    10 minutos e permite ao oftalmologista avaliar as condições do filme lacrimal e
    da superfície ocular por meio de duas câmeras de alta resolução.

     Prevenção e tratamento do olho seco em crianças 

    A melhor forma de prevenir o olho seco em crianças e
    adolescentes é limitar o tempo de uso de celulares, tablets e computadores.
    Além disso, os pais precisam estar atentos ao fato de que crianças menores de 2
    anos não devem ser expostas aos dispositivos eletrônicos.

     “Outra atitude é incentivar que as crianças e adolescentes
    façam pausas a cada 20 minutos em frente às telas. Se possível, explique a
    importância de piscar mais frequentemente para garantir que o filme lacrimal
    lubrifique a superfície ocular com mais eficácia”, reforça Dra. Marcela.

     “Por fim, o ideal é reduzir o tempo nas telas e aumentar o tempo
    das atividades ao ar livre e dos esportes. Isso vai ajudar na prevenção do olho
    seco, assim como previne o surgimento da miopia ou sua progressão, algo também
    ligado ao uso excessivo das telas”, finaliza a especialista.




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