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São Paulo, 23/04/2024

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    Os pastores da IURD em Angola

    Fonte: Reprodução
    Os pastores da IURD em Angola

    A notícia da última semana, pelo menos na Record, foi a expulsão de pastores da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola. Diversos pastores que possuíam vistos de residência, trabalho e família constituída no país africano, foram simplesmente separados de suas famílias e expulsos sem direito sequer a um telefonema. Há indícios, até mesmo, de falsificação da carteira de vacinação do pastores para facilitar o procedimento de expulsão. Advogados da IURD não tiveram acesso aos inquéritos, recursos manejados sem prévia resposta, pois tudo foi feito às pressas e ao arrepio da própria legislação angolana.

    Motivo da expulsão? Nenhum deles era elencado pelo Regime Jurídico do Estrangeiro em Angola, ou seja: não ter condições de prover sua subsistência, tenha sido expulso e reentrado no país de forma irregular, esteja irregular no país, tenha cometido crimes, desrespeite gravemente as leis angolanas, entre outras situações correlatas.

    Porém, o que me faz escrever não é esta situação absurda que fere direitos humanos no país angolano. Sobre isso já escrevi, em conjunto com Jean Regina, em nossa coluna “Crônicas de um Estado Laico” na Gazeta do Povo. Estas linhas são direcionadas àqueles que torceram o nariz ao ler o título desta matéria. Em nossa coluna na Gazeta, centenas foram as interações, muitas delas lamentando o absurdo, contudo uma grande parte “comemorou”. Esta postura é lamentável. Esbravejamos (com toda a razão) contra o aborto e a ideologia de gênero, defendemos a família e os valores judaico-cristãos, queremos ter voz na arena pública e tudo fazemos sob o manto da liberdade religiosa.

    Liberdade religiosa para os meus e de jeito nenhum para aqueles que pensam diferente da gente. Evidentemente que todos têm o direito de ensinar o que acreditam, fazer apologética e criticar desvios bíblicos, entretanto tais direitos também estão ancorados na garantia constitucional da liberdade religiosa.

    Se um pastor, não importa qual a denominação, ou mesmo um líder religioso de qualquer religião, estiver sofrendo violações pelo seu direito de fazer prosélitos, precisamos nos insurgir contra. Hoje estão perseguindo eles, amanhã poderá ser eu e você. Ainda, olhando por outro lado, os pastores da IURD também são humanos assim como eu e você, caríssimo leitor. Imagine a situação de ser separado de sua família, sem direito a uma ligação para a esposa, pelo fato de pertencer a uma denominação qualquer? Este exercício se chama “empatia”, só conseguiremos alargar nossa tenda entendendo isso. Por fim, deixo o seguinte pensamento de Voltaire, que, aliás, discordo de quase tudo que escreveu e ensinou: “Discordo do que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo”.

    Fonte: Cristianismo Global 

    Escritor: Thiago Rafael Vieira




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