Neste momento em que a população mais necessita de uma porta aberta, o governador de São Paulo, João Doria, vetou essa semana um Projeto de Lei do deputado estadual Gil Diniz (sem partido), o qual tinha por objetivo estabelecer como serviços essenciais durante a pandemia, atividades religiosas como cultos, missas e outros do mesmo gênero.

Mostrando-se totalmente apático às necessidades da população que, muitas vezes,- desesperada, aflita e sem direção [como muita gente está agora, em função dessa pandemia, que parece não ter fim], Doria veta na totalidade um projeto que não apenas beneficiaria as igrejas evangélicas, mas todo e qualquer templo religioso, e consequentemente seus membros e adeptos.

O Projeto de Lei 299/2020, apresentado pelo deputado Gil Diniz, com coautoria do deputado Gilmaci Santos (REPUBLICANOS), considera as atividades religiosas como essenciais para que, em momentos de crises endêmicas - como essa pandemia de Covid-19 que estamos enfrentando - ou de catástrofes naturais, os templos religiosos possam continuar funcionando, afinal, quantas não foram as pessoas que, em momentos de crise, medo, desespero e em tantos outros aspectos, procuraram uma porta aberta, antes de cometer uma loucura, e a encontraram? Sem contar as obras sociais que as igrejas e templos em todo o estado realizam diariamente.

Para o deputado Gil, João Doria é um " inimigo do Cristianismo e de todas as religiões em nosso estado! O povo vai lembrar que dentre tantas coisas, o Governador fechou nossas Igrejas, nossos trabalhos e foi para Miami! O ateísmo militante é a religião oficial em São Paulo! Onde estão os nossos religiosos?", indagou o parlamentar.

De acordo com o coautor deputado Gilmaci Santos, o projeto havia sido aprovado por unanimidade pelos deputados na Assembleia Legislativa, por isso, para ele, "infelizmente, faltou um pouco de sensibilidade do nosso governador.... mas, nós temos ainda um argumento regimental, que é derrubar esse veto em plenário, que é bem difícil, mas a partir de agora é o nosso trabalho, e a nossa guerra vai ser essa, ou seja, tentar derrubar esse veto novamente para que esse projeto se torne lei".

É ou não é uma verdadeira maldade fazer isso exatamente neste momento em que o estado atravessa uma das suas piores crises da pandemia, contabilizando mais de mil mortes diárias por conta da Covid-19?

Doria se mostra - de fato -  alguém superior a tudo e a todos, e não é de agora que ele age desta forma, pois desde o início da pandemia, sempre desprezou o papel das igrejas na sociedade, fechando-as sem nenhum critério ou piedade do seu povo. 

Tanto que logo no início da pandemia, lembra o presidente da Unigrejas, Bispo Eduardo Bravo, ele chegou a marcar uma reunião com a Unigrejas e lideranças evangélicas e não foi. Na ocasião, diz o Bispo, "ele mandou um representante que nem nos ouviu direito; sempre desprezando os evangélicos e nunca reconhece a importância das igrejas", lamenta.

Sobre a decisão, o presidente da Unigrejas lamenta profundamente a atitude do governador.

"É lamentável ele ter vetado esse projeto de lei. As igrejas - como importantíssimas e essenciais - têm trabalhado muito durante a pandemia, a fim de ajudar as pessoas, principalmente as que mais necessitam. O nosso governador tinha de aplaudir o trabalho das igrejas, pois elas chegam aonde o poder público não chega; as igrejas alcançam todas as camadas sociais, levando ajuda social e, sobretudo, emocional e espiritual, que é exatamente o que as pessoas estão mais precisando neste momento de incertezas, dúvidas, preocupações e desespero que estamos vivendo", finalizou o Bispo Eduardo.