A Semana Santa é um dos marcos mais significativos da fé cristã. Celebrada em todo o mundo, ela relembra os últimos dias da vida de Jesus, sua morte e ressurreição. Cada dia da semana carrega um profundo simbolismo bíblico e espiritual.

O que aconteceu em cada dia da Semana Santa, segundo a Bíblia

• Domingo de Ramos

Marca a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, montado em um jumentinho, enquanto a multidão o recebia com ramos de palmeira, clamando: "Hosana ao Filho de Davi" (Mateus 21:1-11). É o início da jornada final até a cruz.

• Segunda-feira Santa

De acordo com Marcos 11:12-19, Jesus teve fome e, ao ver uma figueira frondosa, aproximou-se para colher frutos. No entanto, a árvore estava vazia. O Bispo Renato Cardoso explica que, embora não fosse tempo de frutos, a aparência da figueira indicava o contrário — o que ilustra que Deus não se impressiona com aparência religiosa.

A figueira representa Israel, que mostrava religiosidade exterior, mas não produzia frutos espirituais verdadeiros. Neste dia, Jesus também purifica o Templo, expulsando os vendedores e cambistas.

• Terça-feira Santa

Foi um dia repleto de ensinamentos. Nos capítulos 11, 12 e 13 de Marcos, Jesus reforça lições de fé, como quando os discípulos veem a figueira seca e Ele afirma que, com fé, é possível até ordenar a cura sobre doenças.

Ele também fala sobre o perdão, o maior mandamento — amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo — e ensina sobre o fim dos tempos, ressaltando a importância da vigilância espiritual.

• Quarta-feira Santa

Conhecida como a “Quarta-feira de Trevas”, esse dia lembra a traição de Judas Iscariotes, que decide entregar Jesus por 30 moedas de prata (Mateus 26:14-16). Mas o dia também foi marcado por profundas mensagens espirituais.

Jesus ensinou sobre o fim dos tempos — um tema detalhado no livro A Terra Vai Pegar Fogo. Ele também foi ungido com um nardo caríssimo por Maria, irmã de Lázaro e Marta, em um ato de adoração e entrega total.

Segundo o Bispo Renato Cardoso, o gesto de Maria mostra o verdadeiro valor que damos a Deus. “Jesus disse que não se pode servir a dois senhores: ou servirá a Deus, ou a Mamom (as riquezas)” (Mateus 6:24).

O perfume custava cerca de 300 denários — o equivalente a quase um ano de trabalho. Convertendo para hoje, seria algo em torno de R$ 14 mil, considerando o salário mínimo atual.

O Bispo explica que esse episódio reforça por que Deus instituiu as ofertas: para nos lembrar quem é o maior em nossas vidas. “Toda a Semana Santa foi marcada por ofertas, pelo tema do dar e receber na vida de Jesus”, diz.

• Quinta-feira Santa

Jesus celebra a Última Ceia com seus discípulos, momento em que institui a Santa Ceia (Lucas 22). Ele também lava os pés dos discípulos como símbolo de humildade.

Segundo o evangelho de João (capítulos 12 a 18), Ele deixa mensagens profundas antes de ser preso. Também é lembrada a unção feita por Maria, preparando-O para seu sacrifício.

• Sexta-feira Santa (ou Sexta-feira da Paixão)

Jesus é preso, julgado, condenado, torturado e crucificado. Seu sacrifício é visto como a troca de sua vida perfeita pela salvação da humanidade (João 19).

A morte na cruz foi o pagamento pelos pecados da humanidade, conforme Romanos 6:23: "O salário do pecado é a morte". Ao morrer, Ele abriu o caminho para a reconciliação com Deus.

• Sábado de Aleluia

Jesus permanece no sepulcro. É um dia de silêncio e luto entre os discípulos. José de Arimateia, um homem rico e discípulo de Jesus, pede o corpo a Pilatos e o sepulta em um túmulo novo (Mateus 27:57-61).

O mundo parece parado, mas a vitória está a caminho.

• Domingo de Páscoa

O túmulo está vazio: Jesus ressuscitou. A primeira a vê-Lo é Maria Madalena (João 20).

No livro de Apocalipse, Ele aparece glorificado:

"Não temas; Eu sou o primeiro e o último; e o que vive. Fui morto, mas agora estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno" (Apocalipse 1:17-18).

Por que isso importa

A Semana Santa é um chamado à reflexão espiritual.

Segundo líderes cristãos, é o momento de reavaliar a vida diante de Deus, reconhecer o sacrifício de Jesus e lembrar que a humanidade estava à beira da separação eterna do Criador.

Cristo morreu para oferecer uma nova chance. A cruz é mais que um símbolo: é a prova de amor divino.

"Jesus Cristo morreu na cruz para trocar a vida dEle pela nossa", afirma o Bispo Renato.

"É, no mínimo, prudente procurar entender o verdadeiro significado desse período."