Em meados do século XVIII, durante o período da Revolução Industrial na Inglaterra, nascia, dentro da Igreja Anglicana, um movimento para avivamento espiritual, em que buscava-se trabalhar a unidade da transformação individual e a social, liderado pelos irmãos John e Charles Wesley. Devido aos métodos e a disciplina, o movimento ficou conhecido como Metodista.

Para John, uma vida santificada ia além do hábito de ir à igreja, pois era necessário exercitar a fé lutando por uma sociedade melhor. O movimento chamou a atenção dos alunos da Universidade de Oxford e logo ganhou força. Mas foi no dia 24 de maio de 1738, em uma reunião de oração que John teve uma experiência marcante com Deus. O tempo passou e aos poucos o Metodismo ultrapassou fronteiras.

O movimento, composto por grupos de cristãos, nasceu de reuniões, em que realizavam a leitura da Bíblia, oravam e jejuavam. A pauta principal era um avivamento de espírito, além disso, eram realizadas ações de caráter social, como visitas aos presos, aos enfermos e lutavam contra a escravidão e por melhores condições de salários para o povo.

Sabendo da importância que uma boa educação tinha para a sociedade, John não media esforços para ajudar as pessoas. Ele chegou a tirar do próprio bolso, o salário de uma professora particular para ensinar crianças de rua. Foi então, que em 1748, ele fundou a Kingswood School, a primeira escola Metodista do mundo, que visava atender os filhos dos trabalhadores das minas e tinha como objetivo principal educar as crianças que se encontravam em situações precárias de ensino.

O Metodismo no Brasil

O Movimento Metodista não foi criado com o intuito de iniciar uma nova igreja, tanto que John não gostava da ideia. Porém, em 1795, quatro anos depois de sua morte, o movimento se tornou Igreja Metodista. Após essa mudança, o metodismo se espalhou pelos Estados Unidos e não demorou muito para chegar ao Brasil.

Era em uma casa pequena, coberta de sapé e chão batido que os primeiros cultos da Metodista foram realizados no país. O missionário Junius Estaham Newman desembarcou em terras brasileiras junto com sua família para realizar esse trabalho. No entanto, foi no dia 02 de setembro de 1930 que a Igreja Metodista do Brasil se tornou autônoma da Igreja Norte-Americana.

Newman era um homem culto e fez amizade com Prudente de Morais e diversas autoridades brasileiras, e aos poucos o trabalho foi ganhando forma. As filhas de Junius e Prudente junto com outras mulheres financiavam a vinda de missionários e educadoras ao país. 

A Metodista sempre teve uma preocupação com a evangelização e a educação social. Enquanto a igreja crescia, escolas eram fundadas. Martha Watts foi uma das principais fundadoras em Piracicaba, Belo Horizonte e Petrópoles. O Colégio Piracicabano se tornou um marco das escolas Metodistas pelo Brasil e era aberto a todas as pessoas. 

Em 1967, criou-se o Congeime e nasceu a Igreja Metodista Wesleyana como cisão da Igreja Metodista. Em 1970 o credo social foi reformulado e aprovou-se o ingresso a ordem presbiteriana sem distinção de sexo. O tempo passou e em 2007 a igreja Metodista saiu de órgão ecumênico e criou-se a rede Metodista de educação. E em cada cidade com mais de 100 mil habitantes era possível encontrar uma Igreja Metodista.

Atualmente a Metodista conta com aproximadamente 300 mil membros e mais de 14 mil igrejas divididas em oito regiões eclesiásticas e duas missionárias. A educação foi um dos fatores que alavancaram a igreja, tendo em vista que é por meio dela que são oferecidos o entendimento da vida e da sociedade, seja pela educação cristã, teológica ou secular.