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São Paulo, 25/04/2024

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    O jeitinho brasileiro de ser cristão

    Muitos cristãos se declaram totalmente avessos à essa ação, mas na realidade, seu discurso está bem distante da prática. Entenda

    Fonte: Shutterstock
    O jeitinho brasileiro de ser cristão

    O brasileiro é um povo de natureza forte, reconhecido pela
    sua garra e criatividade. Na hora do aperto, sempre “dá um jeito” e, com
    simpatia e perseverança, prossegue a jornada mesmo em meio as dificuldades.
    Essa característica está cada vez mais enraizada na cultura do nosso país e a
    falta de equilíbrio acabou transformando o que era para ser uma qualidade em
    práticas individualistas. Para grande parte da população o “jeitinho
    brasileiro” virou um estilo de vida, sinônimo de facilidade. Podemos até dizer
    que é quase impossível viver no Brasil sem ter que usar dessa “ferramenta”.

    Essa expressão, segundo a história, surgiu em 1946, quando o médico
    húngaro Peter Kellemen veio para morar no Brasil e precisava regularizar sua
    situação e então para facilitar o visto, sem precisar comprovar sua verdadeira
    ocupação, o cônsul José de Magalhães e Albuquerque, colocou em seus documentos
    que ele era agrônomo, ao invés de médico. Porém só em 1982, teve seu registro
    histórico e oficial.

    Há um jeitinho para quase tudo: a criança que
    inventa uma dor de cabeça para não ir à escola; furar uma fila para apenas
    “tirar uma dúvida”, comprar um atestado médico para justificar a falta no
    trabalho, o suborno do guarda de trânsito, e por aí vai.

    Mas o que este famoso jeitinho tem a ver com o povo cristão?
    Será que essa cultura, vivida há décadas, pode ser transformada? É possível
    viver sem dar jeitinho em tudo?

    Muitos cristãos se declaram totalmente avessos à essa ação, mas na
    realidade, seu discurso está bem distante da prática. 

    Quando vemos em Mateus 5:37, Jesus afirmando: Seja,
    porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de
    procedência maligna.
     

    A partir disso, passamos a entender que essa
    prática adotada por muitos não agrada a Deus. E como pode uma pessoa que diz
    ser de Deus ter um comportamento avesso do que diz a Sua palavra? Aliás, o
    comportamento do ser humano revela o que habita dentro dele. E é incoerente,
    uma pessoa que tem Deus, ter uma prática contrária ao que há dentro dela.

    ONDE TUDO COMEÇOU

    Após ter sido expulso do céu por ter se rebelado, Lúcifer
    convenceu Eva a dar um jeitinho. Embora Adão e Eva tivesse tudo no jardim do
    Éden, Satanás sabia como convencer a mulher querer ter “seus olhos abertos, ser
    como Deus e conhecer o bem e o mal” Gn 3:5. Após ter tomado e comido o fruto,
    Eva levou até Adão que depois de terem os olhos abertos e ver que estavam nus e
    se cobrirem com folhas de figueira, ouviram a voz do Senhor, e Adão quis
    atribuir o seu fracasso à “mulher que Deus lhe deu” Gn 2:12.



    Hoje, infelizmente vemos essa triste realidade, e o pior, dentro das
    igrejas. Pessoas que ocupam cargos oficiais influenciando outras a terem “seus
    olhos abertos, a conhecerem o bem e o mal”, tirando a alma que outrora estava
    usufruindo de todos os benefícios dados por Deus, no Jardim do Éden. E outras,
    culpando seu fracasso espiritual às pessoas que estão à sua volta, esquecendo
    que há nelas o poder de escolha em ouvir ou tampar os ouvidos para vozes
    oriundas do mal.

    LUCRANDO COM O DOM

    Havia um homem em Samaria chamado Simão, que iludia os samaritanos,
    conhecido por “o grande poder de Deus” (Atos 8:10) pois impressionava a muitos
    com suas magias. Até que chegou Filipe para pregar o evangelho aos samaritanos,
    e tanto homens como mulheres creram em sua palavra e se batizaram nas águas,
    inclusive Simão, o mago. Logo depois chegou Pedro e João, que impuseram as mãos
    e os samaritanos receberam o Espírito Santo.

    Atônito, Simão viu ali uma forma de obter algum benefício,
    com o dom Divino, mostrou que não aceitou o Senhor Jesus de todo coração,
    possivelmente motivado por uma empolgação. E com sua reação de oferecer
    dinheiro aos apóstolos para obter o mesmo poder, mostrou que seu coração estava
    sujo e inclinado para o sucesso deste mundo.

    O Espírito Santo não está a venda, não é um negócio. Não tem como dar um
    jeitinho brasileiro para recebê-Lo, é necessário entregar sua vida por completo
    em Seu Altar, deixar suas vontades para se sujeitar 100% à Sua.

    Mas não foi apenas Simão que pensou em lucrar com os dons
    vindos da parte de Deus, vemos também Geazi, servo de Eliseu, ao testemunhar a
    cura de Naamã, que ficou imensamente feliz, reconheceu o Deus de Israel, e num
    gesto de gratidão, ofereceu recompensar o profeta com presentes, que não
    aceitou, pois sabia que o milagre vinha de Deus e não dele mesmo e disse ao
    general que o maior ato de gratidão era servi-Lo por todos os dias da sua vida.
    Vendo isso, Geazi, inconformado, prestou um papel vergonhoso e indigno para
    quem era visto como homem de Deus e se aproveitou da situação e tentou obter
    vantagem, vai até o sírio e em nome de Eliseu, e pede um talento de prata e
    duas mudas de roupas e recebe além do que havia pedido.      

    O aprendiz de Eliseu faltou na aula em que a glória sempre, em toda
    e qualquer ocasião, deve ser dada ao Senhor dos Exércitos. A artimanha para
    lucrar faz com que ele traga para si algum reconhecimento e com isso acaba
    recebendo a lepra que antes era do incrédulo. (2º Reis 5)


    Mu

    itos
    cristãos possuem vida semelhante àqueles que não tem nenhum comprometimento com
    a Palavra, justamente por agir como os tais agem. O Senhor Jesus advertiu aos
    seus discípulos e a multidão que se fazia presente na ocasião a não se
    comportarem como os fariseus: 

    “Na cadeira de Moisés estão assentados os
    escribas e fariseus.

    Todas as coisas, pois, que vos disserem que
    observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as
    suas obras, porque dizem e não fazem;

    Pois atam fardos pesados e difíceis de
    suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com seu dedo querem
    movê-los;

    E fazem todas as obras a fim de serem vistos
    pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas
    vestes,

    E amam os primeiros lugares nas ceias e as
    primeiras cadeiras nas sinagogas,

    E as saudações nas praças, e o serem
    chamados pelos homens; Rabi, Rabi.

    Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi,
    porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.

    E a ninguém na terra chameis vosso pai,
    porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.

    Nem vos chameis mestres, porque um só é o
    vosso Mestre, que é o Cristo.

    O maior dentre vós será vosso servo.

    E o que a si mesmo se exaltar será humilhado;
    e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.”
     
    Mateus
    23:2-12

    Não bastasse o lucro, os fariseus insistiam em querer a glória para
    si. Esses buscavam um “jeitinho” de serem vistos, estarem em destaque seja pela
    indumentária, seja pelo local onde se posicionavam nas sinagogas. A honra do
    mundo lhes era importante, postura inerente àquele que tem inclinação à
    arrogância e prepotência. Sabem tudo, por isso jamais podem ser confrontados,
    ainda que seja pela própria Palavra.

    Atualmente há muitos cantores, pastores usando do dom que o Espírito Santo
    os deu meramente como um negócio. Abrangem milhares de pessoas com suas
    pregações convincentes, arrastam multidões em shows, que conhecem suas músicas
    do início ao fim. No entanto, estão usando do dom que Deus para conseguirem
    ganhar fama ou dinheiro.

    Tem sido muito comum vermos pastores que eram de sucesso e
    depressivos, cometendo suicídio. Tem muito o que pregar, sabem a letra, tem
    conhecimento teológico, mas na prática o seu coração está longe de Deus. Fazem
    apenas como uma profissão, mas não há salvação da sua alma.





    O MAIOR EXEMPLO (DE NÃO DAR JEITINHO)

    Jesus também foi provado a dar um jeitinho. Ele estava há 40 dias sem
    beber ou comer, fisicamente esgotado, e vem o diabo, tentando persuadir Jesus,
    e provoca o Mestre a provar que é o Filho de Deus, transformando a pedra em
    pão. Mas muito convicto de quem Ele era, e não precisava provar nada a ninguém,
    mesmo com fome e sem forças físicas, disse ao diabo que o que vale a pena mesmo
    é viver da palavra de Deus. 


    Não muito convencido, e aproveitando da sua
    fragilidade física, o diabo ainda continuou tentando mostrar o que daria para
    Jesus se Ele se prostrasse e o adorasse. E mais uma vez Jesus, se manteve
    firme, e não se deixou levar pelo que estava sentindo no momento. 

    Tudo que o diabo falou para Jesus foi
    atraente. O que você faria nessa situação? 

    A cada dia que se passa, os cristãos do século 21, vivem um enorme desafio
    para se manterem focados em Deus, mas Jesus foi enviado à terra para nos
    mostrar que é possível viver de forma correta e entrar pela porta estreita,
    quem entra por esta porta, não vive dando um jeitinho, entende que não vale a
    pena ter uma satisfação naquele momento por algo muito melhor que está no seu
    futuro, a Salvação.

    O Brasil precisa de exemplos positivos, e que
    aqueles que carregam Deus dentro de si, seja o exemplo que a nossa nação tanto
    necessita, é possível sim, viver no Brasil sem ser rotulado com o jeitinho
    brasileiro, mas sim com o jeito de Jesus. 

    “O
    certo é certo, mesmo que ninguém esteja fazendo. 

    O errado é errado, mesmo que todo mundo
    esteja fazendo”







































































































    G. K. Chesterton




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