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São Paulo, 19/04/2024

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    Religiosidade e política no Brasil

    A convivência religiosa e a militância política podem e devem coexistir no quadro desta realidade sociocultural

    Religiosidade e política no Brasil

    Historicamente, na formação danação brasileira, a religião, a partir da colonização portuguesa, se torna oelemento principal da conversão dos indígenas ao catolicismo.

    A figura de Anchieta nesteaspecto é o ícone deste processo, muitas vezes instrumentalizado de forma,inclusive, agressiva, o que se repete, posteriormente, por exemplo com osnegros trazidos escravos.

    Num salto qualitativo equantitativo em que, na urbanização, a igreja católica se estabelece, junto aoquartel e à polícia, no centro da vida social da comunidade, o poder políticoeconômico se enraíza em todo o país, muitas vezes disputando com o Estado opoder de fato e o de Direito, através de partidos como o então PDC (PartidoDemocrata Cristão), de força extraordinária na constelação ideológica dosembates e conflitos que vão se desenrolando pelos períodos sucessivos dosregimes imperantes.

    Um organismo que nesta realidadeteve papel relevante era a chamada Liga Eleitoral Católica que avaliava com seuapoio candidatos comprometidos com os princípios da Igreja e repudiavacandidatos adversários, principalmente, de outras religiões ou ateus.

    De algumas décadas para cá, estaconfiguração vem se alterando, drasticamente, com o crescimento da importânciado movimento evangélico no Brasil que universaliza desde camadas intelectuaisaté as faixas mais pobres da população um sentimento missionário avassalador.

    Tudo isto desemboca na presenteeleição tanto para a presidência da República como para o Legislativo, seampliando de forma aberta ao Judiciário dados os temas em disputa como, porexemplo, o aborto, casamento homossexual, liberação de drogas.

    Se num determinado instante achamada “Teologia da Libertação”, braço esquerdista da Igreja, influenciou ossetores pobres da sociedade brasileira, os chamados, às vezes pejorativamente, àsvezes, elogiosamente, “bíblias” evangélicos, hoje predominam com suas políticase ação missionária de evangelização os territórios que ocupam tanto asperiferias das metrópoles quanto as próprias universidades.

    Infelizmente, este exercício dodireito de proselitismo e conversão que os evangélicos, com entusiasmo, vãocolorindo o mapeamento político e eleitoral brasileiro, encontra preconceitos eaté perseguições que ferem o Direito Constitucional da liberdade religiosa.

    Entender que o conservadorismoprecisa ser respeitado como opção para a prática da cidadania só poderáfortalecer o Estado Democrático de Direito.

    A convivência religiosa e amilitância política podem e devem coexistir no quadro desta realidadesociocultural. 





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